[exposicoes show=”menu”]
[exposicoes show=”list”]
O trabalho fotográfico de Samuel Matzig evoca a ideia de transformação, quer pela acção natural do artista sobre a realidade que interpreta, quer a partir de elementos e dos objectos captados segundo uma perspectiva de singularidade e isolamento. O seu trabalho transmite a importância da forma, como método interventivo no meio ambiente em que se encontra.
Uma visão única de planos que captam o contraste entre movimento e quietude, entre a mudança e a estagnação, entre o passado que se encerra na ancestralidade e o presente que se detém no olhar do artista.
Na série Tobel, que dá o nome a esta exposição, o artista apresenta-nos dezasseis obras fruto de longas caminhadas que experienciou, ao longo de três anos num vale profundo, que se estende nos arredores da cidade Mels, na Suíça. Um lugar privado de presença humana ao qual Matzig acedeu regularmente, de forma a se ligar à Natureza e filmar o seu carácter forte, imponente e primitivo, surgindo como uma entidade de poder, maior do que o próprio homem.
A essência metamorfósica que o artista consegue retirar da atmosfera deste lugar é uma metáfora para a própria evolução humana, num paralelismo que alia formações, texturas e composições orgânicas fotografadas num espaço habitado pelo tempo e por uma particular consciência de ritmo e crescimento. Uma representação sobre o meio natural, e qualquer ser que o habita, como algo constante e sólido externamente, porém vivo e em permanente consumo e instabilidade.
Tobel representa um refúgio ao mundo, um (re)encontro com um ambiente misterioso e calmo. Aqui, o artista reflecte e descobre uma forma de comunicar a existência; o que é embrionário, fundamental e incipiente. O modo de trazer aos olhos daqueles que observam o seu trabalho a certeza de que a origem parte de nós, mas termina sempre nos outros e naquilo que nos rodeia.
