
Nuno Vasa e a sua obra são sempre surpreendentes. O modo como cada um a interpreta é como um labirinto de descobertas. Para compreender o seu produto enquanto artista, é essencial ter em atenção o seu trajecto individual. Assim, Nuno Vasa, quando interrogado acerca do seu percurso, afirma que a sua formação de base é em escultura, no entanto, ao longo dos anos, procurou integrar na sua expressão “diversas linguagens”. Diz: “Não perco muito tempo a criar categorias, nem gosto de criar fronteiras”. Fala de 2012 como um ano gratificante”: venceu um prémio POP’s da Fundação de Serralves e foi convidado para representar o nosso país na “III Bienal Ibero Americana de Design”. No seu caminho, como criador, destaca o prémio Casa de Velázquez (2005), uma vez que o apresenta como “uma grande influência” no trabalho que viria a desenvolver. No que toca à exposição “Nuno Vasa, Introspetiva. O Jogo Possível”, esta é um “pequeno revisitar de todo o [meu] trabalho” – diz o próprio. Conta-nos, ainda, que “não queria uma retrospectiva da obra” e explica: Sou um tipo novo, mas pareceu-me essencial repensar o meu caminho, colocar em confronto, num mesmo espaço, algumas das minhas peças mais marcantes”. Acredita que, com este diálogo entre ele, o observador e as peças, aprenderá algo mais sobre o que faz e sobre os trilhos pelos quais vai rumar. Quando se aborda a “Edge Arts”, Nuno assegura que é um “projecto de valor”. Acredita que “é sempre importante e compensador sentir que a cultura encontra no sector privado algum apoio”. Define a “Edge Arts” como “uma estrutura muito recente que procura apostar em criadores emergentes”. Para Nuno Vasa é uma honra inaugurar o novo espaço desta organização, sentindo-se, também, extremamente bem recebido. O artista sabe o contexto económico-social do país no qual habita, afirmando, sem hesitar: Vivemos uma fase difícil e é importante referir que convivemos diariamente com um orçamento de estado cujo financiamento à Cultura não chega a 1%. Sendo o desenvolvimento cultural um factor essencial para qualquer país, é de louvar que algumas estruturas privadas criem condições e permitam que os criativos continuem a trabalhar, apoiando a sua internacionalização e apostando na continuidade do seu trabalho, da sua expressão!”. A “Introspetiva” está patente na Edge Arts, “um projecto sem pretensões, propõe-se a fazer e, simplesmente, faz”, até dia 19 de Novembro de 2012 no Espaço Amoreiras, Rua D. João V n°241.01, Lisboa.