Crianças aprendem a fazer arte de rua em parque de estacionamento

By 17/12/2014Media

Miguel, de 10 anos, conseguiu hoje experimentar arte de rua, num ‘workshop’ em Lisboa, mas se pudesse ocupava uma parede com um desenho de “um miúdo a olhar pela janela a ver um miúdo a olhar pela janela”. O plano foi contado pelo menino num ‘workshop’ de ‘street art’ (arte de rua) para crianças, entre os seis e os 11 anos, a decorrer entre uma sala e um parque de estacionamento, que é também galeria. As manhãs destes dias de férias do Natal começam pela teoria, com explicação das técnicas e dos materiais a usar, como o ‘grafitti’, ‘stencil’, ‘spray’ e canetas poscas. Porém, depressa se passa ao parque de estacionamento subterrâneo do Espaço Amoreiras, onde sete paredes e uma rampa serviram de tela a outros tantos artistas. A primeira professora deste ‘workshop’ foi Mariana Dias Coutinho, que levou os 15 aprendizes até junto de um poste do estacionamento para acentuarem as manchas da parede. No seu trabalho, esta artista parte das manchas, até de humidade, das paredes, como numa “espécie de jogo das nuvens” no qual se adivinham formas, como nota quando apresenta aos meninos a pintura que fez naquele parque de estacionamento. Na sua vez de comentar a intervenção, o mais pequeno do grupo faz questão de apontar: “estão ali mamocas”. Mas também há cabelos de nuvens, narizes maiores do que o costume, assim como cabeças sobredimensionadas, como acrescentam outros do mesmo grupo do pequeno André, de seis anos. Mariana Dias Coutinho afirma ainda que quis ali deixar personagens para os espectadores imaginarem as suas próprias histórias. O André ainda toma a palavra para dizer que também já pinta em casa, só que não são paredes. “São cartolinas”, afirma à agência Lusa. Os irmãos Miguel e Pedro, de 10 e sete anos, respectivamente, estão entusiasmados por ali estar e, da experiência que já têm com arte, contam como utilizam cavaletes. “Pensei que era giro vir aqui”, resume Pedro, enquanto o irmão Miguel lá relata a sua ideia de como preencher a parede com os miúdos que olham pela janela. Já Martim, de 10 anos, gostava de seguir a técnica de Vhils e fazer “caras de pessoas, partindo paredes”.

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